O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) afirmou estar reavaliando as cobranças de taxas dos blogs que usam vídeos hospedados no "Youtube", após o "Google" se posicionar contra as cobranças. Em nota oficial divulgada nesta sexta, os responsáveis afirmaram que a decisão está sendo levada em consideração desde o final de fevereiro.
O "Google", que comprou o "Youtube" em 2008, mostrou surpresa e apreensão em relação à cobrança, já que possui uma ferramenta ("embed") que possibilita a postagem dos vídeos em blogs e outros sites sem que a página do "Youtube" seja acessada. Confira na íntegra a nota divulgada pelo Ecad:
O ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO - ECAD, TENDO EM VISTA A MANIFESTAÇÃO DO GOOGLE BRASIL/YOUTUBE, VEM A PÚBLICO ESCLARECER QUE:
1 - O Ecad nunca teve a intenção de cercear a liberdade na internet, reconhecidamente um espaço voltado à informação, à difusão de músicas e demais obras criativas e à propagação de ideias. A instituição também não possui estratégia de cobrança de direitos autorais voltada a vídeos embedados. Explica que, desde 29 de fevereiro, as cobranças de webcasting estavam sendo reavaliadas e que o caso noticiado nos últimos dias ocorreu antes disso. Mesmo assim, decorreu de um erro de interpretação operacional, que representa fato isolado no universo do segmento. Em 2011, foram distribuídos 2,6 milhões de reais a 21.156 compositores, músicos, artistas, produtores de fonogramas e editoras musicais.
2 - Há cerca de dois anos, Ecad e Google mantém firmada uma carta de intenções que norteia o relacionamento entre as organizações. No documento está definido que é possível o Ecad fazer a cobrança das músicas provenientes de vídeos embedados desde que haja notificação prévia ao Google/Youtube. Como o Ecad não enviou tal notificação, fica claro que este não é o objetivo do escritório. Se fosse, a necessária notificação prevista na carta de intenções teria sido providenciada.
3 - Reafirmamos que a principal diretriz do Ecad é a difusão da música brasileira através da representação dos milhares de titulares de direitos associados às nove associações de gestão coletiva musical que representamos.