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SÃO JOSE DE MIPIBU/RN

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

TENTAR AGRADAR A TODOS – CUIDADO!!!


Vereador Jamaci Oliveira

Por Jamaci Oliveira,

Nestes tempos de conformação política, estive no sábado, na cigarreira de Liliu, com os nossos Amigos Prof. Dalmo e José Alves, mais conhecido como Dedé do O Alerta, e conversamos muito sobre a política Mipibuense e “atitudes” de nossas lideranças. Concluímos que tudo gira em torno do poder, afinal conquistar o poder equivale a aumentar a capacidade de impor a sua vontade aos outros. Já vimos como o poder coloca ao alcance de seu titular, uma massa de energia, composta de competência para baixar normas e regras impositivas, além de recursos humanos, materiais e financeiros.

Essa massa de energia, que representa o poder do homem sobre o homem, confere um alcance e uma latitude peculiar à vontade dos líderes. Ela o torna uma pessoa diferente das outras.Alguns líderes deixam-se embriagar por esta condição e se apropriam do poder como uma propriedade pessoal, esquecendo que na verdade apenas o detêm como mandatários da população, para o objetivo de realizar ações de interesse coletivo.

Por esta razão a frase do Lord Acton: “O poder tende a corromper, o poder absoluto corrompe absolutamente.” Tornou-se a máxima mais conhecida da política ao longo da história. Entretanto, mesmo aquele que não se embriaga com o poder, é transformado por ele. Em Mipibu, tem muita gente confusa.

O contraste entre a situação anterior e a nova é demasiado marcante. Os símbolos do poder, o comportamento das pessoas, a sensação de estar no ápice da hierarquia, são inevitavelmente perturbadoras. É dentro deste contexto psicológico que costuma ocorrer o erro de achar que é possível agradar a todos.

A vontade política – que ainda não encontrou barreiras que a oposição (que oposição?) vai lhe impor, que a mídia vai levantar, e que as limitações financeiras, materiais e humanas dos poderes que transitoriamente administram vão revelar – parece não conhecer limites.
Acossados pelos compromissos, pelas reivindicações, apelos e solicitações dos que o apoiaram e, pelas oportunidades de cooptação de adversários que se lhe oferece, e em Mipibu isso parece ter virado moda, cresce no “líder” a vontade de agradar a todos.

De bem com o mundo, prestigiados pela legitimidade popular, adulados por muitos, bem tratados pela mídia, são dominados por este sentimento positivo que, se não for contido, pode levá-los a cometer erros graves, dos quais se arrependerão no futuro próximo. Alguns já estão arrependidos.
Neste estado de espírito, os líderes e os órgãos que administram, perecem-lhe extremamente elásticos para acolher as indicações que chegam a ele.

O problema está no fato de que esta “elasticidade” sempre será inferior, quantitativa e qualitativamente, às solicitações. Ao sentimento de que é possível “agradar a todos” corresponde o sentimento de que cada um pode ter o lugar que deseja ou julga merecer.
Em pouco tempo os líderes descobrem que sua atitude de “abertura” e “boa vontade” é respondida com frustrações, animosidades e intrigas. Os beneficiados ficam insatisfeitos seja por que:

1) Não conseguiram uma posição;

2) Ou porque conseguiram uma posição que “não está à altura” das expectativas despertadas.

Em outras palavras, por razões quantitativas (não há cargos para todos. Alguns ficarão de fora), ou por razões qualitativas (os cargos oferecidos não correspondem ao que a pessoa julga merecer), a atitude de “agradar a todos” acaba gerando mais insatisfações e ingratidões do que reconhecimento.

Este erro, como todo erro político, tem sua origem não na intenção, e sim no abismo que separa a intenção da realidade.

Enfim, os nossos “lideres” devem usar o poder com sabedoria. Consciente de que seu compromisso fundamental é com o eleitor, de que não é possível agradar a todos, e que o uso do poder deve buscar eficiência para produzir resultados, que serão cobrados pelo eleitor na eleição de outubro próximo. Vacinemo-nos todos contra esta tentação de agradar a todos. Por mais atraente que seja, ela se revela auto-destrutiva. Os resultados já estão aparecendo.... Como diria um cancioneiro popular “...muita nessa hora”.